segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DESCONHEÇO VERDADES ABSOLUTAS

            Desde pequena sempre me disseram que eu era precoce. Fui crescendo e concordando, sabe?! Realmente sempre fui a mais “saidinha” da turma, a que levava os assuntos novos, a que queria dirigir com 12 anos (e comecei com 13), a que foi considerada “rebelde” por querer fazer tudo a seu tempo e a seu modo.
            É... não deve ter sido nada fácil conseguir me explicar o porquê das coisas, o porquê dos “NÃOS”, a necessidade da discrição, do “resguardar-se”. Sempre me sentindo muito livre e avessa às amarras, não entendia porque eu devia obediência e satisfação à sociedade, se tudo que realmente valia e importava pra mim era o que eu pensava e o que eu sentia. E vou logo avisando: mesmo tão dona das minhas próprias regras, sempre fui uma menina muito do bem. Graças a Deus, aprendi bem cedo a respeitar as pessoas e o sentimento delas, sempre tive pavor de coisas ilícitas e perigosas. Papai do Céu fez a coisa na medida: me fez “pra frente” para umas coisas e muito medrosa para outras (e isso me manteve viva, sem ferimentos e realmente livre em muitas situações. rs)!
            Mas quero chegar na parte em que me senti amadurecendo, crescendo... Crescer é ruim por muitos motivos, como por exemplo: Não caber mais no colo dos pais; Perder o posto de bebê e ficar sem os mimos; Poder ganhar as coisas no grito...
Em contrapartida, é bom por inúmeras razões, como: Você entende que nem todo amor e carinho está no colo de alguém, e passa a fazer muito mais uso desse mecanismo tão restaurador; Você passa a ser quem mima e quem atrai os bebês (e bebê renova a energia da gente de uma forma surpreendente)! Você aprende a ganhar as coisas na garra, com força, coragem. Você aprende que, ou vai pra cima, se arrisca e tenta, ou fica sem o que sonha, porque os gritos não convencem mais ninguém!
            Crescer permite chorar com razão, enxugar as lágrimas e a partir delas fazer um balanço do que anda bem ou mal. Dá coragem pra assumir quando as coisas não estão legais e então, recomeçar pra fazer melhor. Pedir desculpas à alguém ganha um sentido bem maior e mais intenso... não é só pra se livrar do castigos dos pais após o beliscão no irmão. Você começa a enxergar o outro, independente da sua ótica, da sua visão e do seu degrau. O centro da Terra sai do nosso umbigo e vai pro meio da roda. É massa!
            Me sinto precoce quando me lembro da vontade louca que sentia de crescer, e dos poucos momentos de tristeza que senti por ter crescido... Sinto muita SAUDADE da infância e das histórias daquele tempo, mas tristeza, não! Adorei a sensação que o tempo me trouxe de rever VERDADES. O que é uma verdade, afinal?! Nesse fim de semana fiquei pensando nisso durante o banho e desmontei um monte de verdades pré-estabelecidas pela sociedade (ela de novo!). “Todo político é corrupto”; “Casamento é uma droga”, “Filho é a melhor coisa do mundo”, “Mulher só quer homem rico”, “Todo homem trai”. Ah, pra cada afirmação digo que achei várias vertentes, brechas e exceções. Nem tudo é tão duro, fechado e reto. O que seria da vida sem as curvas, sem os caminhos paralelos, sem a ótica individual das pessoas?
            Posso estar enganada, mas acho que são esses “poréns” que dão mais cor à vida da gente... aprender com o aprendizado particular do outro, poder olhar as coisas de outra forma a partir de uma lição de um vizinho e, se não concordar, pelo menos entender e respeitar outros modos de pensar (e às vezes agir)... isso tudo é muito construtivo!
            Desconheço verdades absolutas (e procuro evitar quem jura conhecê-las). Nada é fechado. Nada (ou quase nada) tem ponto final e creio que tudo pode mudar. Por isso gosto tanto das reticências...

Nenhum comentário:

Postar um comentário