terça-feira, 21 de agosto de 2012

AMOR AMADURECE...

"Nosso amor se transformou. Acordamos um belo dia e vimos que havíamos virado, praticamente, irmãos. Não é esse tipo de sentimento que deve haver entre um homem e uma mulher que querem se casar. Viramos amigos e não sentíamos mais aquela paixão do início do nosso namoro"

            Acabo de ler essa declaração que a ex-noiva de um artista deu para anunciar a separação do casal. Fiquei olhando, lendo e relendo... Sem nenhum julgamento (até porque, só mesmo um casal pode saber o que acontece entre os dois), olhei para a foto dos dois e conversei “sozinha e com eles”, perguntando – pra nós 3 – qual era a novidade disso! Ora, desde sempre soube que o sentimento se transforma mesmo! Com exceção da adolescência – fase em que eu realmente achei que o Tom Cruise daria um rasante sobre minha casa e me levaria direto para o TOP GUN com seu caça; e que também tinha certeza que o Patrick Swayze me ensinaria aquela última dança onde eu pularia cheia de segurança em seus braços num Ritmo Quente, eu sempre soube que amor é assim mesmo: mais calmo, mais sereno e mais “eterno”, enquanto paixão – deliciosa e ardente, é também conturbada e tem data de validade.
            Amor é exatamente essa transformação... não que eu ache que marido tem que virar irmão e que o calor entre o casal deve virar sentimento fraternal (pra sempre). Não mesmo! Mas acho inevitável que isso aconteça entre uma fase e outra, em momentos específicos da vida e da relação.
            Quantas vezes, para o meu marido, já fui a irmã mais nova que precisa ser orientada; a irmã mais velha que quer dominar o território; a filha que precisa de colo; a mãe que ajuda e orienta; a irmã gêmea que está passando pela mesma fase e está ali pra amparar e lembrar do amor à família?! Quantas vezes já fui a professora, a aluna, a colega de rua e a paquera da infância?! Ah, já fui tantas em uma só... e nunca deixei de ser a esposa!
            Seria uma delícia se conseguíssemos manter a paixão do início do namoro, mas ao mesmo tempo, que bom que também há a calmaria, o colo sem segundas intenções, o abraço de apoio, o beijo de admiração e carinho.
            Amadurecemos em muitos aspectos, mas estamos adolescendo emocionalmente... Queremos um amor de novela, jantares a luz de velas todos os dias, vestidos vermelhos com fendas enormes só pra dançar uma música romântica na sala de estar. Isso é fantasia, é ilusão, é decepção, porque na vida real quem é assim?
            Namorado, marido ou noivo também é AMIGO. Não pode ser SÓ amigo, mas em muitas fases da vida, muito mais do que o amor arrebatador, é o amor-apoio, o amor-segurança e o amor-irmão, sim! O segredo – eu acho! – é ter paciência e esperar vir a próxima fase, o resgate do fogo e do calor dos enamorados, e entender que ninguém é de um jeito só pra sempre e o tempo todo. O gostoso do amor (de verdade, que muito suporta, supera e aceita) é conseguir perceber o sentimento verdadeiro em todas essas nuances... o bom do amor é querer estar perto, respeitando, perdoando e compreendendo nossas próprias variações!
Uma vez li algo que eu AMEI:
"Case-se com alguém que gosta de conversar
Por que quando o tempo for seu inimigo,
E as linhas de expressão dominarem sua face
E se a vitalidade não for como você gostaria
Tudo que restará será bons momentos de conversa
Com alguém que viveu com você muitas histórias
...
Então lembre-se que a beleza passa, pois é vã
Mas o carinho , o respeito, o conhecimento
Este aumenta a cada dia.
Então case-se com alguém com quem realmente gosta de conversar"

Amor não precisa apodrecer, mas amadurece!



Um comentário:

  1. Larissa, amei!!!!! Vc consegue transformar em palavras o sentimento do dia a dia! Li hoje a passagem abaixo, e que é exatamente o que sinto ao ler o que vc escreve! Louve a Deus este dom!!!
    "Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele! Mario Quintana

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