sábado, 2 de junho de 2012

ELE É ASSIM...

Daqui a alguns meses comemoraremos nossos 12 anos de casados. É, passou rápido demais!
Há pouco mais de uma década eu era uma recém chegada à fase adulta, e dos meus recentes 21 anos completados me via diante de casa, marido e novas responsabilidades. Confesso que não fiquei com medo e que, na verdade, eu estava eufórica com a possibilidade de vestir meu longo brilhoso e começar a enfeitar – do meu jeitinho – o meu castelo encantado.
Só depois de algum tempo e de muito chorar, sofrer, espernear e fazer pirraça é que fui compreendendo – de verdade! – que ali não tinha nenhum príncipe (e nenhuma princesa!). Foram brigas grandiosas, silêncios prolongados, culpas e faltas jogadas na cara... Foram muitas festas, farras, alegrias, porres e conquistas também, mas vamos combinar que a parte boa mais enfeita do que faz crescer, né? Por isso lembramos da parte mais “desfocada” da história até mesmo com orgulho, porque foi essa que nos fez crescer e veio nos moldando ao longo do tempo.
Hoje, quase 12 anos depois daquele SIM, com 2 filhas lindas, desejadíssimas e muito amadas, carreiras sólidas e felizes, nossa casa tão sonhada construída, muito trabalho, luta e dedicação ao que fazemos e poucas folgas no nosso currículo, estamos na capital do nosso estado para o curso de especialização que o maridão está fazendo pra crescer, ainda mais, profissionalmente. Aqui, na sala de aula do curso vejo tudo com olhar atento. Ele, acompanhado de sua pequena turma numa mesa redonda com o professor ali na frente, e eu, sozinha aqui atrás, sentada numa cadeira como a deles, dentro da aula mas por fora do que eles estão discutindo logo ali.
O professor fala e explica, um aluno rebate, o outro pergunta, o outro comenta... e ele – o meu marido - ali, com seu silêncio habitual fazendo parte de tudo sem sentir necessidade de se fazer notar.
Eu que sempre fui tão dada aos risos altos, às conversas descontraídas com quem acabei de conhecer e às participações efetivas de qualquer coisa que faça parte, tive extrema dificuldade para entender o jeito quieto e reservado desse homem que, de mil outras maneiras, tenta sempre me fazer feliz!
Esse silêncio e essa calmaria já foram pedra em nossa rebentação... estouravam minha estima, meu entendimento, minha necessidade de estar sempre cercada de contato e som. Como eu disse, levou um certo tempo para eu compreender – de verdade – que isso faz parte dele, que esse É ELE! Só depois de muito sofrimento, carência, incertezas e pancadas pra crescer, é que entendi que ELE É ASSIM, e que essa calmaria me equilibra, me traz pro colo, pro aconchego, pro amor...
Meu “pequeno-grande homem”, meu gigantesco companheiro, meu grande e verdadeiro amor. Com defeitos, com qualidades, com acertos e erros; que me faz ter uma vida de verdade, amar de verdade e ver um sonho virar realidade. Sem castelo, sem cavalo branco, mas com muito encantamento, magia e FELICIDADE!

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