terça-feira, 18 de setembro de 2012

DO CAMPING AO PRÉ-NATAL

         No meu último aniversário (há 11 dias) duas pessoas queridas deixaram recados pra mim dizendo que sou um “ímã de atrair pessoas”. Dei uma risada gostosa na hora em que li aquilo porque acho que é assim que me sinto também. Por onde passo vou seguindo e carregando quem me fizer bem, sabe?! Agarro pelo braço, pela mão, pela cintura e, geralmente - com muito orgulho e alegria - pelo coração!
         Penso em pessoas que conheci enquanto ainda chupava chupeta e que ainda são tão vivas na minha lembrança! Às vezes tenho contato com uma e outra e fico impressionada pela forma como ainda somos íntimas e próximas mesmo sem contato há 5, 10, 15, 20 anos. Surpreendente, né?! E delicioso também, pode apostar!
         Hoje reencontrei na internet um desses amigos da infância... Nos conhecemos quando tínhamos 6 anos de idade, num camping, numa das férias que passamos no Rio de Janeiro. Sou do Espírito Santo, ele de Brasília. Poderíamos nunca mais ter tido contato, mas nossos pais anotaram nossos telefones e nos incentivaram, nos primeiros anos seguintes, a trocarmos telefonemas alegres e deliciosos em nossos respectivos aniversários. Eu ligava pra ele para dar os parabéns, e ele ligava pra mim no meu dia. Fizemos isso por ANOS, até que veio a adolescência e nossos “hormônios” roubaram a atenção, nos desviando desse nosso costume.
         Anos depois recebo uma carta. Era a mãe dele – a Tia Beth – contando as notícias de lá e querendo saber as de cá. Tudo recomeçou. Delícia!
         Vieram os amores, o meu amor, minha gravidez precoce e minha decisão de casar. Recebo outra carta dela, dessa vez recheada de conselhos pra vida, emoção e experiências. Na véspera do meu casamento, minha mãe me telefona pra eu correr pra casa porque tinha uma surpresa me esperando. No caminho fui quebrando a cabeça tentando imaginar que presente de casamento poderia ser. A geladeira? O fogão? Uma televisão ma-ra-vi-lho-sa?
Quando chego, o que vejo? Os pais desse meu amigo que vieram especialmente para o DIA DO MEU SIM! Fiquei sem voz, sem conseguir acreditar e dali pra frente foram muitos abraços, carinho no rosto e muitos risos altos! Qual presente de casamento poderia ser mais maravilhoso que esse?
Hoje, na hora desse reencontro virtual, festa, alegria, trocas de mensagens e um aplicativo no celular que nos permite falar como num “walk talk”. Conversamos por quase meia hora e falamos da vida, de nossas carreiras, da nossa saudade, das minhas filhas e do bebê dele que chega em janeiro (e que ele e a esposa não querem saber o sexo antes do nascimento). Combinamos nosso encontro para o ano que vem – depois de 28 anos sem nenhum abraço sequer – quando ele virá de férias de Nova York, que é onde mora com a família que construiu.
Na última mensagem, ouço dele: “... algumas coisas são fantásticas! Não entendo como algumas pessoas não acreditam em religião ou em coisas fenomenais”.
Nem eu entendo, Fábio... Pra mim é fantástico e fenomenal ter construído esse história com a sua ajuda. O carinho que tenho por você, por sua família e por essa nossa história é inenarrável! Só pode mesmo ter sido presente de Deus!
Nesses anos todos, a única coisa que mudou pra gente foi termos crescido! E só! Que dia feliz!!!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

“COMPOSITOR DE DESTINOS, TAMBOR DE TODOS OS RITMOS; TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO...” (Caetano Veloso)

Uns o temem. Outros o apreciam. Uns o culpam por alguns “estragos”. Outros o consideram um santo remédio. O tempo é realmente um grande mistério. Passa no seu próprio compasso e não há quem possa freá-lo.
Outro dia, sozinha no carro a caminho da casa de uma amiga de infância, olhava o dia lindo, abri a janela e dei uma respirada gostosa enquanto pensava no tempo... Senti imensa gratidão por ter visto que ele tem sido tão generoso comigo. 
 Comecei a lembrar do tempo de escola e da época em que conheci essa amiga linda, a Gabi – que me acompanha há exatos 26 anos! Foi passando um filme na minha cabeça e senti tanto orgulho da nossa amizade. Olha só que coisa linda: éramos duas crianças, vimos chegar a adolescência e a vontade louca de descobrir o mundo, compartilhamos a ansiedade da juventude, as alegrias dos amores que vivemos, as dores das histórias que tiveram fim. Sentimos saudade quando ficávamos meses e meses sem um encontro sequer, fomos o ombro uma da outra quando uma tristeza nos fazia pensar que aquilo era o fim do mundo... e olha agora: eu, uma mulher, adulta, casada (e ela estava no altar como uma das minhas madrinhas de casamento, claro!), mãe de duas filhas, indo buscá-la de carro, sozinha e no perfil independente que é tão a minha cara. Cresci. Crescemos. O tempo passou pra mim. Passou também pra ela. Pra nós. E que lindo ver o que ele escreveu em nossas histórias (as nossas individuais e a que temos em comum).
Penso na Gabi, nos encontros que tive com meus irmãos, na mudança de ótica em relação aos meus pais, no desenrolar da minha história com meu marido (que daria um livro, pode acreditar!), nas mudanças de fases das minhas filhas até agora... Como o tempo é legal!
Muitas coisas se perderam e muitas outras foram construídas ao longo do (meu) tempo, e pensando em tudo isso cheguei a algumas conclusões: o tempo só destrói o que é frágil o suficiente pra ser destruído, e só mantém o que é forte o suficiente para vencer os obstáculos, as dificuldades e merece ser “pra sempre”. É sábio!
Faço poucos planos. Não porque eu não tenha muitos, mas porque sei que as coisas mudam muito, sem aviso prévio, e que as surpresas traçam novos e surpreendentes caminhos. Alimento meus sonhos pra ter um norte, mas aprendi a confiar no destino também. Escrevo minha história com minha caneta em punho, rabiscando sempre o que sai do meu coração nas linhas que esse amigo – o tempo – coloca à minha disposição. E tem ficado bom... Somos bons parceiros!